Incentivar e demonstrar os diversos aspectos positivos que o ato da amamentação proporciona para bebês e para mães e, principalmente, acolher àquelas que tenham dificuldade de amamentar são os objetivos da campanha Agosto Dourado!
Segundo o médico ginecologista e obstetra, Dr. Igor Mendes, a amamentação é benéfica ao bebê por:
- Melhorar a digestão, diminuindo as cólicas;
- Desenvolver de forma mais efetiva o sistema cognitivo;
- Reduzir o risco de doenças alérgicas;
- Estimular e fortalecer a formação da arcada dentária;
- Protegê-lo contra doenças contagiosas;
- Promover uma maior interação com a mãe.
Além disso, o especialista indica ainda que, dentre as diversas vantagens do leite materno, a melhora da imunidade do bebê, devido à presença de anticorpos, tem grande importância para a saúde da criança, principalmente, neste momento marcado pela pandemia da Covid-19.
Para as mães, a amamentação também apresenta significativas contribuições, como:
- Auxilia o útero a voltar ao tamanho normal e diminui o sangramento no pós-parto;
- Ajuda a prevenir doenças como osteoporose e câncer de mama, endométrio e ovário;
- Auxilia na perda de peso após o parto;
- Previne hemorragias no útero e anemia;
- Diminui riscos de desenvolver diabetes e doenças cardíacas.
E os benefícios vão além da saúde materno-infantil, ela pode contribuir com a qualidade de vida de forma geral. Segundo análises do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani), a amamentação é capaz de reduzir até 13% a mortalidade por causas evitáveis em crianças menores de cinco anos.
Tempo de amamentação:
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é recomendado que o aleitamento materno seja exclusivo até o 6º mês de vida, quando começam a ser introduzidos alimentos complementares, mantendo a amamentação até dois anos ou mais. Porém, não existe um limite de idade para que ela aconteça, enquanto a amamentação for saudável para a mãe e para o bebê, ela pode ocorrer.
Desafios da amamentação:
Existem situações em que a mãe não consegue amamentar o seu bebê. “Se o bebê apresentar alguma doença metabólica que o impeça de digerir o leite materno ele não poderá ser amamentado pela mãe e deve ingerir um leite sintético especial para a sua condição. Em outros casos existe a opção de se recorrer a um banco de leite humano. Caso a mãe esteja passando por ou tenha terminado recentemente um tratamento médico que a impossibilite amamentar, esta mãe pode e dar e receber todo o carinho do seu bebê”, explica Dr. Igor.
Sendo assim, o tocar, massagear, beijar, abraçar, alimentar, cuidar e conversar com amor continuam sendo essenciais para o desenvolvimento saudável da relação entre a mãe e seu filho. Amamentar não é fácil e demora até ficar natural. Pode envolver dor, fatores emocionais e psicológicos, além de existir muitas cobranças pessoais e sociais, entre outros fatores, os quais podem causar dificuldades tanto na produção de leite quanto no processo da amamentação. Por isso, é imprescindível acolher as mães que, por diferentes razões, não conseguem amamentar exclusivamente seus bebês. Amamentar é alimentar, no seio ou na mamadeira, sem cobranças e sempre com apoio.
A amamentação como fator de redução de riscos de adquirir câncer de mama:
Existem fatores que possibilitam a redução do câncer de mama, por meio da amamentação. Ela pode fornecer uma forma natural de contracepção. De acordo com o médico oncologista Dr. Fernando Barbieri, a amamentação reduz a liberação de estrógeno (hormônio associado ao aumento do risco do câncer de mama e ovário). Além disso, acredita-se que o fato da amamentação produzir uma espécie de esfoliação e eliminação de eventuais células cancerígenas que estejam aptas a desenvolver-se no lúmen (inteiror) dos ductos mamários, reduz a probabilidade do desenvolvimento dessa neoplasia maligna.
Dados sobre a redução dos riscos:
Uma pesquisa realizada pelo The Lancet, em 2016, apontava que a universalização do aleitamento exclusivo poderia evitar 20 mil mortes por câncer de mama anualmente.
Em relação à redução do câncer de mama especificamente, sociedades de nutrição e metabolismo são uniformes ao afirmar que o ato de amamentar promove a diminuição de riscos na ordem de 5%. Este fator associa-se a ao tempo de amamentação: quanto maior, mais efetiva a prevenção. Assim como, há uma redução de risco evidente nas mulheres que amamentaram 12 meses ou mais (incluindo a soma de tempo de amamentação de toda a prole). Portanto, conforme se prolonga o tempo de amamentação, mais efetiva pode ser a proteção contra cânceres nas mulheres.
“A medida serve como proteção também para outros tipos de câncer como o de ovário (em até 30%), e endométrio (em até 11%)”, aponta Dr. Fernando. A respeito da redução de câncer de ovário associado à amamentação existem dados, de acordo com o médico, que indicam uma redução de 93% da possibilidade deste câncer nas mulheres que amamentaram mais do que 31 meses em relação àquelas que amamentaram 10 meses ou menos – isso podendo ser contabilizados todos os períodos das gestações.
E para os bebês, este é também um fator que está associado à redução de câncer, visto que a nutrição por meio do leite materno diminui o risco do desenvolvimento da obesidade, que se relaciona a múltiplos cânceres e, portanto, a amamentação servirá como redutora desse risco também na criança que for amamentada.
Este é o pequeno Pietro, com a mãe Tatiane, paciente do Dr. Odilon Froelich, no Hospital Dr. Lima.